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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ROTEIROS DESLUMBRANTES


Lençois, a capital do diamante


O ponto de partida para a maioria dos roteiros é a cidade de Lençois, principal pólo do Circuito do Diamante em termos de infraestrutura turística, distante 412 quilômetros de Salvador pelas BR-324 (109 Km até Feira de Santana), BR-116 (72Km até Paraguaçu) e BR-242 (219 Km até a entrada da cidade de Lençóis que fica 12 Km adiante). A cidade dispõe de cerca de mil leitos - incluindo duas pousadas duas estrelas - um camping, 20 casas de aluguel, 25 bares e restaurantes - comida caseira, natural, italiana, japonesa e pizzaria - dez lojas de artesanato, quatro agências de turismo e uma agência do Banco do Brasil.
A cidade se descortina em um dos contrafortes da serra do Sincorá e lembra um presépio. Totalmente tombada pelo patrimônio histórico e artístico nacional, Lençóis é considerada a capital do diamante e uma das maiores referências entre as cidades ligadas ao garimpo do diamante. O casario é testemunha dos tempos de opulência da aristocracia lençoiense e mantém ainda viva, na memória de garimpeiros quase centenários e descendentes de famílias tradicionais, os costumes de uma população que viveu da riqueza e prestígio vindo dos diamantes. Muitos ainda lembram de quando a esposa do coronel Horácio de Matos descia a ladeira para o mercado exibindo suas maravilhosas jóias.
Pedras da região
O traçado arquitetônico da cidade tem particularidades típicas da vida social e econômica local. É interessante andar pelas ruas de Lençóis e observar que o calçamento da cidade foi feito com a própria pedra da região. As construções térreas eram todas casas de comércio. Os casarões e sobrados eram de propriedade de famílias abastadas e sempre tinham um escritório na parte térrea. Para se ter uma idéia do que foi o comércio do diamante em Lençóis, basta visitar o sobrado onde funcionou o Consulado Francês. Na verdade, um entreposto comercial onde a aristocracia local negociava diretamente com a Europa. A residência da família Sá, que hoje abriga a prefeitura municipal, é um marco da opulência das famílias tradicionais.
O médico e escritor lençoiense Afrânio Peixoto nasceu no mesmo sobrado onde hoje funciona o Museu Afrânio Peixoto. Aí estão guardados vários pertences do escritor, inclusive originais dos romances e o fardão da Academia Brasileira de Letras. Outro monumento interessante é a ponte dos Arcos, que dá acesso à cidade, construída em 1864, absorvendo a mão-de-obra ociosa dos garimpos, decorrente da grande seca. Uma particularidade na construção foi a utilização de milhares de claras de ovos na argamassa. Contam que o mestre de obras, para garantir a solidez da ponte, teria dito que se alguma vez a correnteza do rio levasse a construção, ele voltaria a viver - o que não aconteceu até hoje. Outro monumento arquitetônico ligado aos garimpeiros é a igreja de Nosso Senhor dos Passos, padroeiro dos garimpeiros, construída no século XIX.

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