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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Documentário conta trajetória de guerrilheiros

Do Buriti a Pintada – Lamarca e Zequinha na Bahia estréia dia 29 na praça pública de Brotas de Macaúbas

Cartaz do filme Do Buriti a Pintada – Lamarca e Zequinha na Bahia, do cineasta Reizinho


Finalmente programado para o dia 29 deste mês de julho o lançamento do filme Do Buriti a Pintada – Lamarca e Zequinha na Bahia. Será em praça pública de Brotas de Macaúbas, na Chapada Diamantina. O filme tem a assinatura do cineata Renaildo Pereira dos Santos, ou Reizinho como é conhecido e vem sendo gestado desde 2002, quando ele concluiu a graduação em História na Universidade Federal da Bahia – UFBa.
Aos 42 anos, ele conta ter pensado em continuar os estudos, especialmente um dos seus temas favoritos, a ditadura militar. Foi sugerido por um colega que, no mestrado, resgatasse a memória de Lamarca, morto na Pintada, município de Ipupiara, cidade próxima à sua Ibotirama, onde nasceu e é professor. Reizinho gostou da ideia e começou a percorrer a região em busca de depoimentos dos que conviveram com o guerrilheiro, revivendo a história da perseguição que povoava seu imaginário desde menino. Foi quando percebeu que o material coletado dava dava um filme.
Porém, faltavam-lhe os recursos e as filmagens só tiveram início em 2007, com apoio da produtora Portfolium Laboratório de Imagens. Nos finais de semana, quando não estava dando aulas de história, ia fazer as entrevistas. Resolveu incluir na obra a trajetória de José Campos Barreto, o Zequinha, companheiro do MR-8 que abrigou Lamarca quando ele chegou fugido em 1971 a Brotas de Macaúbas, embrenhando-se na região de Buriti Cristalino.
Do Buriti, em Brotas de Macaúbas, onde Lamarca, Zequinha e outros companheiros estavam até o povoado de Pintada onde o capitão e Zequinha morreram, um período de dois meses – de julho a agosto – a região viveu sob o medo dos 200 militares envolvidos na Operação Pajuçara. Essa é a tônica do documentário Do Buriti a Pintada – Lamarca e Zequinha na Bahia, com narração do ator Paulo Betti.
O trabalho de Reizinho tem importância histórica, que ele define com simplicidade: “Quis mostrar o lado humano e sonhador dessas pessoas, sem questionar se estavam certos ou errados”, resume.
Terror no sertão
O Buriti do título é uma referência ao povoado Buriti Cristalino, município de Brotas de Macaúbas, onde se deu o cerco militar, as mortes do professor Santa Bárbara e Otoniel Barreto, prisões e torturas inomináveis, inclusive do pai de Zequinha, José Campos Barreto, que foi dependurado de cabeça pra baixo para confessar o que não sabia. Tempos de terror militar no sertão de Brotas de Macaúbas. Foi no Buriti Cristalino que Olderico Barreto resistiu a bala e foi ferido no rosto – um heróico sobrevivente.
Pintada do título é o povoado do município de Ipupiara, em cuja caatinga se concluiu o cerco e o assassinato de Lamarca e Zequinha. O documentário contém depoimentos de pessoas que conviveram com eles no sertão da Bahia, acompanharam a trajetória, testemunharam a chegada da repressão militar.
O blog http://doburitiapintada.blogspot.com diz que o diretor do documentário, Reinaldo Pereira (Reizinho) atuou como assistente na produção do filme Lamarca, de Sérgio Rezende (baseado no livro "Lamarca, O Capitão da Guerrilha", de Emiliano José e Oldack Miranda). O ator Paulo Betti, que interpretou Carlos Lamarca, é o narrador no documentário de Reizinho.

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