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sábado, 24 de setembro de 2011
A UFBA ABDICOU DE PENSAR
Jornalista Waldomiro Júnior denuncia resistência ao nome de Milton Santos para o Instituto de Geociêcias
Por Waldomiro Júnior * (A TARDE)
Dez anos após a sua morte, Milton Santos ainda enfrenta resistência na Ufba. Professores não querem dar seu nome a um auditório no Instituto de Geociência, sob a alegação absurda de que ele não teria sido professor da universidade. Não vamos perder tempo citando o currículo que o credenciou intemacionahnente como um dos principais pensadores do século XX.
Nem lembrar sua atuação como docente da Ufba (se alguém da própria universidade desconhece esses fatos, estamos diante de PhDs em ignorância acadêmica). Também não vamos nos referir à possibilidade de racismo ou inveja da notoriedade mundial conquistada por um negro. 0 centro dessa “inusitada” resistência é o combate sem tréguas de Milton contra a universidade que não pensa.
A Ufba já esteve entre as mais avançadas universidades latinas. Dos seus quadros saíram governadores, ministros, secretários de Estado, mas também as principais propostas para o desenvolvimento da Bahia e outras que influenciaram os destinos do País. Hoje, quem é o nosso Rômulo de Almeida? Quem é o nosso Orlando Gomes? Quem é o nosso Milton Santos? No que a Ufba tem contribuído para a solução dos nossos problemas? Que referência tem no plano nacional?
Temos uma universidade que abdicou de pensar, voltada para dentro, perdida nos confrontos pelo domínio de guetos, na disputa surda e insana por um poder abstrato, que em nada contribui para o conhecimento científico e, muito menos, para a sociedade. É a briga primitiva pelo território, não o território coletivo, agente de transformações, analisado na obra de Milton, mas o território individual da vaidade, o status obtido pelo cargo e não pelo saber.
Em Pernambuco, a universidade faz do conhecimento instrumento a serviço da sociedade. Resultado: há cinco anos os pernambucanos crescem o dobro da Bahia. E lá, políticos não precisam convocar a universidade. Ela se faz presente, porque o seu ofício é discutir, pensar e propor soluções. Aqui a nossa universidade está mais para o carreirismo acadêmico, aquele modelo que Milton tão corajosamente combateu.
* Waldomiro Júnior é Jornalista.
Artigo publicado no Jornal "A Tarde" da Bahia e no http://www.politicalivre.com.br/index.php/2011/09/a-ufba-abdicou-de-pensar/
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