Dona Zizinha com o marido Rosalvo Martins e a bisneta Luana
Aos 89 anos, após lançar primeiro livro, memórias vão parar na Revista do Instiuto Genealógico
Após a publicação do livre de memórias, “De Alzira a Zizinha testemunho de verdade e luta”, em setembro do ano passado, a professora aposentada Alzira Ribeiro do Espírito Santo teve a sua história de vida transformada em artigo que sairá no próximo número da Revista do Instituto Genealógico, edição 2011. Escrito pela jornalista Alessandra Nascimento, membro do Instituto Genealógico da Bahia, a publicação dará maior visibilidade ao trabalho da aposentada que se tornou escritora aos 89 anos, após um derrame que lhe tirou os movimentos, inclusive das mãos. A revista é uma publicação de prestígio e que tem entre os seus leitores os príncipes de Orleans e Bragança, herdeiros de D. Pedro II, associados do Instituto.
No artigo, intitulado “Memória, tradição e pensamento”, a jornalista Alessandra Nascimento, além de fazer uma análise crítica do livro autobiográfico da professora, que nasceu e reside em Brotas de Macaúbas, na Chapada Diamantina, Bahia, mostra que a grande meta da autora foi a educação. “Sempre lutei pela educação e pela qualificação do professor. Mesmo enfrentando dificuldades nunca desisti, pois sempre entendi que a educação é a única arma que temos para mudar a história do nosso país e do nosso povo”, revela a autora, dona Zizinha, como carinhosamente é chamada pelos ex-alunos e todos que a conhecem.
Alessandra Nascimento é jornalista, repórter de economia do jornal Tribuna da Bahia, colunista do site Notícia Capital, pesquisadora e pós graduada em Metodologia do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira. Ela conta ter ficado impressionada com a vitalidade da professora aposentado que, às vésperas de completar 90 anos, mostra-se em sintonia com a realidade. Revela em seu artigo que dona Zizinha lembra da emoção que sempre sentiu ao ver a evolução de um aluno na sala de aula. “Eu ficava muito feliz quando notava que a criança começava a ler. A leitura era um desafio para aqueles que iniciavam o bê-á-bá unindo as letras e, aos poucos, iam formando palavras. Das dificuldades próprias do começo aos risos de vitória por conseguir superar os obstáculos e ler uma simples palavra ou um pequeno texto. Minha alegria se renovava toda a vez que entrava na escola, via a sala arrumada e os meninos, com os cadernos nas mãos, aguardando a lição”.
A única reclamação da professora aposentada, conta a jornalista, vai para a lei 9.394, de 1996, que impede a reprovação. “No meu tempo o ensino era mais austero e ao professor era conferida mais autoridade. Os alunos corriam atrás do professor para adquirir conhecimento. Eles tinham dicionários e buscavam aprender o significado de cada nova palavra que se deparavam. Hoje em dia isso não acontece mais. Eles não correm mais atrás do conhecimento e não vejo ninguém com um dicionário nas mãos”.
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