Empreendimento
era para ser inaugurado no ano passado, mas já foi ultrapassado pelo de Caetité
que dá prejuízo
Programado
para entrar em operação desde janeiro deste ano, o primeiro parque eólico
baiano, instalado pela Desenvix em Brotas de Macaúbas, 590 quilômetros a oeste
de Salvador, na Chapada Diamantina, continua parado. São três áreas licitadas,
cada uma com capacidade de 30 megawatts (MW), onde foram instaladas 57 torres
eólicas. O investimento é de R$ 400 milhões, incluindo a aquisição de 40% da
área onde está instalado o parque. Os 60% restantes pertencem a pequenos
produtores rurais, que vão receber royalties pela operação.
Não se sabe
ao certo o motivo do atraso, mas isso preocupa. Principalmente por que o Parque Eólico de
Caetité inaugurado dia 9 de julho vai ficar bastante tempo sem qualquer
serventia para o sistema elétrico brasileiro, pois a CHESF ainda nem iniciou a
construção da rede de alta tensão que vai permitir a sua interligação, em Bom
Jesus da Lapa, com o restante do País. Com isso, a Companhia Hidroelétrica do São
Francisco está transferindo à sociedade, um prejuízo de R$ 96 milhões por
semestre em razão do atraso na construção da linha de transmissão que
interligará um parque de geração de energia eólica, no interior da Bahia, à sua
rede de transmissão.
O parque eólico de Caetité foi inaugurado, com a presença do governador
da Bahia, Jaques Wagner, no prazo contratual, mas a Chesf nem ao menos começou
a instalação da mencionada linha de transmissão, uma das obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Com capacidade para gerar 294 megawatts, energia
suficiente para suprir 540 mil residências, o parque eólico foi instalado por
uma empresa privada – a Renova Energia – em áreas de três municípios do
Sudoeste da Bahia, Caetité, Igaporã e Guanambi, ao custo declarado de R$ 1,2
bilhão.
18 parques
no total
Até o fim de
2012, é esperada a inauguração de 18 parques no Estado, responsáveis pela
produção de 413,6 MW, que vão fazer da Bahia o principal polo de energia eólica
no País. Até 2014, espera-se que o montante produzido alcance pelo menos 1 mil
MW.
O maior
parque eólico brasileiro, da Renova Energia, será distribuído entre os
municípios vizinhos de Caetité, Guanambi e Igaporã, no centro-sul baiano, tem
previsão de inauguração para julho do próximo ano.
Inicialmente,
o parque, fruto da compra de 14 áreas pela empresa no primeiro leilão do
governo federal, em 2009, terá 184 aerogeradores, com capacidade de produção de
294,4 MW.
O investimento
para o início da operação é de R$ 1,17 bilhão - e será acrescido de R$ 800
milhões para a ampliação do parque, com as aquisições das seis áreas adquiridas
no leilão de 2010, que vão anexar mais 153 MW à produção a partir do fim de
2013.
No leilão deste
ano, realizado em agosto, a empresa adquiriu mais nove áreas na região, para
exploração de 212,8 MW.
FONTES RENOVÁVEIS
1 O vento existente nos
seis continentes é suficiente para suprir o consumo mundial de energia em mais
de quatro vezes o nível atual. Desde os anos 70, o governo dinamarquês apóia a
implementação da indústria de energia eólica Na Dinamarca, existem mais pessoas
trabalhando na indústria de energia eólica do que na pesca.
2 A luz solar que ilumina
a Terra a cada hora é suficiente para suprir as necessidades humanas por um ano
inteiro. Há muitas maneiras de utilizar esta fonte de energia: coletores
solares térmicos, que podem aquecer a água e o ar para casas e instalações
industriais; ou energia solar foto voltaica (PV), que gera eletricidade
diretamente a partir da luz do sol.
3 Plantações podem ser
cultivadas para a produção de combustíveis e a com postagem de material vegetal
também pode ser usada para produzir gás metano, que, por sua vez, pode ser
utilizado como combustível. Resíduos florestais e agrícolas também podem ser
usados para produzir eletricidade e aquecer, sem causar o aumento dos níveis de
CO2.
4 Os projetos de usinas
hidrelétricas de pequena escala usam o fluxo natural das águas dos rios para
gerar eletricidade. Unidades hidrelétricas familiares contam com pequenas
turbinas que usam o fluxo da água para gerar eletricidade para casas. Na China,
cerca de 45 mil pequenos projetos de pequenas hidrelétricas geram energia para
mais de 50 milhões de pessoas.
Enquanto eles riem a sociedade paga a conta pela incompetência gerencial
Prejuízo de R$ 96 mi por semestre
Em artigo recente, o jornalista
José Valverde escreve que o atraso da
Chesf – no caso do Parque Eólico de Guanambi – dá prejuízo de R$96 milhões por
semestre e que nós contribuintes pagamos a conta: Veja o que ele escreve:
JOSÉ VALVERDE
Um
desembolso perdido de R$ 96 milhões por semestre é o prejuízo que a
estatal Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) está transferindo à
sociedade em razão do atraso na construção da linha de transmissão que
interligará um parque de geração de energia eólica, no interior da Bahia, à sua
rede de transmissão.
Com a
presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, o parque eólico foi inaugurado
semana passada, no prazo contratual, mas a Chesf nem ao menos começou a
instalação da mencionada linha de transmissão, uma das obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
Com
capacidade para gerar 294 megawatts, energia suficiente para suprir 540 mil
residências, o parque eólico foi instalado por uma empresa privada – a Renova
Energia – em áreas de três municípios do Sudoeste da Bahia, Caetité, Igaporã e
Guanambi, ao custo declarado de R$ 1,2 bilhão.
Na cerimônia
de inauguração, o presidente da Renova, Mathias Becker, ressaltou que sua
empresa não terá nenhum prejuízo, pois receberá integralmente pela energia que
seria gerada, caso a linha de transmissão estivesse concluída. Mas lamentou a
decepção. “Nosso desejo é que o parque pudesse iniciar logo sua fase
operacional”. Ao dar o parque por inaugurado, a Renova Energia pretendeu provar
à sociedade que sua parte no contrato foi cumprida.
Já o
presidente da Chesf, João Bosco Almeida, deixou a inauguração esquivando-se dos
repórteres que quiseram entrevistá-lo. Mas se sabe que nem a licença para
começar a construção da linha de transmissão a Chesf já conseguiu. Entre outras
exigências, essa construção depende ainda da anuência dos donos de fazendas e
terreno onde serão erguidas as torres, entre Igaporã e a conexão com a rede da
Chesf em outra cidade, Bom Jesus da Lapa.